Acordar, pequeno-almoço e uma
última visita ao lago … para um último banho. Mais uma vez, fomos dos primeiros
a chegar :) Às 10H30 já estávamos na estação de comboio a comprar os bilhetes
para Budapeste. Enquanto esperávamos pelo comboio, foram chegando os visitantes
de fim de semana que estavam de regresso a Budapeste e outros locais. De uma
maneira geral: tudo gente muito jovem, maioritariamente mulheres … algumas
brancas como a cal (só devem ter saído à noite, não apanharam sol!) e, quase
todos com um ar cansado … sinal que o fim de semana fora de “caixão à cova” :)
A viagem foi normal mas deu muito sono. Houve um ligeiro atraso (para além das
01H45 previstas) devido a atrasos noutros comboios com que nos cruzámos.
Ao
chegar a
Budapeste, nas informações da estação de comboios, arranjamos um
pequeno mapa da cidade onde a senhora nos assinalou o local onde poderíamos
encontrar o posto de informações para turistas. Sempre
com o Moleiro como GPS
:), lá chegamos às informações. Numa primeira fase, eram
umas raparigas que
estavam numa praça, com um guarda-sol, e iam dando indicações sobre a parte
turística da cidade e sobre os City Cards, que são cartões que dão acesso e
descontos em muitos locais. Relativamente às informações sobre dormidas -
no
nosso caso, hostels – reencaminharam-nos para o “verdadeiro” posto de turismo
que estava a uns 150 metros do local onde nos encontrávamos.
Ao aproximarmo-nos
desse local, fomos abordados por um tipo (com ar de marroquino) que nos dava
flyers para a mão e dizia para irmos com ele a uma rua meio escondida (com ar
suspeito) onde arranjaríamos dormida barata. Educadamente, “despachei-o”, e fui
ao posto de turismo.
A senhora disse que não sabia as características dos
hostels (queríamos quarto duplo com wc privado) mas lá me deu um flyer de um
hostel e disse para vermos se esse tinha o que queríamos.
Fiquei um pouco
desanimado com o atendimento, dado que na noite anterior tinha visto na
internet que havia mais de 80 hostels/pensões em Budapeste. Pensava eu que no
turismo me iriam ajudar a selecionar um :(
Saí de lá e o tal tipo veio outra
vez falar comigo. Disse-lhe que estava a ver uma coisa no mapa e já ia falar
com ele. Deixei a carteira e o telemóvel com o Moleiro e fui ter com o tipo.
Levou-me para a tal rua onde havia um escritório com uma senhora de idade que
“controlava” uma série de contactos de hostels (pelo menos, fiquei com essa
ideia, dado o número de flyers que tinha espalhados pela mesa).
Disse-lhe o que
pretendia e ela, com ar importante e de quem controla tudo, deu-me a entender
algo como “se não for eu, não te safas” … que ia ser difícil arranjar o que
queríamos porque no dia seguinte era um feriado nacional muito importante, com
festa na cidade e que estava tudo cheio.
A conversa dela não me convenceu e
perguntei-lhe o que é que me consegui arranjar. Apresentou-me um que seria a
44€ por noite mas que tinha de telefonar. Apresentando-lhe o mapa,
perguntei-lhe se era longe dali. Registei o local que ela assinalou e disse-lhe
que estava com um colega que estava a analisar a situação do comboio para o
aeroporto dali a 3 dias e que a nossa decisão estaria, também, dependente
disso. Fui ter com o Moleiro e contei-lhe o sucedido e que achava que ela
estava tentar “comer-nos”. Como
o flyer do posto de turismo falava em dormidas
a partir de 10€ e o nome do local não me era estranho, resolvi pegar no
telemóvel e ver os locais que eu tinha andado a “estudar” na noite anterior. De
facto,
o hostel do flyer era um dos que eu havia pré-selecionado na net. Fui, novamente,
ao posto de turismo saber onde poderia aceder à net para imprimir os bilhetes
de avião de regresso e indicaram-me um local que ficava perto dos dois hostels,
o que eu tinha selecionado e o que a outra estava e tentar impingir-me. Estava
decidido: vamos ao hostel que vi na net, passamos pelo local para imprimir os
bilhetes e, caso o primeiro hostel falhe, vamos ao tal que a outra nos estava a
tentar vender. Necessitávamos da sorte das noites anteriores … não estava com
vontade de “bater a cidade” à procura de dormida :(
Descoberto o hostel (City Hostel Corvin), disse
que queria um quarto duplo, com wc privado, para 3 noites, que tínhamos
bicicletas para guardar e que no posto de turismo nos tinham informado que eles
talvez nos pudessem desenrascar (conversa para tentar convence-los a
arranjar-nos dormida!). A rapariga que nos atendeu
disse que para dois não
tinha dormida e ia continuar a falar quando
um tipo que estava ao meu lado – e
julguei ser cliente – disse: “ok, ok … pode ser”. Arranjaram-nos um quarto com
3 camas por 75€ para as 3 noites!!! … 12,5€ cada um por noite!!! Mais uma vez,
como em Gyor, estávamos numa residência de estudantes que, em período de férias
da escola, “transformava-se” em hostel para rentabilizar os espaços.
Ótimas
condições a um preço fantástico!!! Se lerem as críticas no HostelWorld, o pessoal queixa-se de ter cozinha mas não haver panelas ... de a internet/wi-fi estar sempre ocupada/não dar acesso porque só há um pc que distribui o acesso ... que o hostel fica longe do centro da cidade, etc ... nós gostamos muiiiito do preço e as críticas apresentadas, embora válidas, referem-se a pontos que não nos afetavam.
Além disso, tivemos
direito a guardar as
bicicletas numa “garagem adaptada” … tratava-se de um quarto onde estavam as
máquinas do aquecimento do hostel … e assim as bikes ficaram mais protegidas
que na “garagem oficial” que era aberta.
Depois do banhinho tomado e a alma
refrescada, preparamo-nos para ir comer/beber qualquer coisa e imprimir os
bilhetes de regresso. Lembrei-me, então, de “me fazer de parvo” e perguntar ao
tipo se sabia de algum sítio com acesso à Internet e onde fosse possível imprimir
os bilhetes que tinha no meu email. Fui convidado a entrar na receção :) e a
imprimir … Estou a ficar especialista nesta coisa de “bater coros” e “fazer-me
de parvo” :) Tudo resolvido, agora sim, podíamos ir
beber uma cervejola para
relaxar :) … e comprar qualquer coisa para o jantar.
Embora tivéssemos fogão,
optamos por comprar comida já feita … prato bem composto e uma cola por 1200
florins (4€) :) Depois, descemos para tomar um cafezinho da máquina e
confirmamos que sempre existia o tal feriado nacional e a festa na cidade. Trata-se
do dia de S. Estêvão e é celebrada a fundação do estado húngaro, há mil anos
atrás. Romaria em Budapeste!!!! :) Estou curioso para ver a confusão na cidade
já que, tal como em Viena, chegámos num domingo e o trânsito na cidade é
diferente do trânsito durante a semana. Chegada a hora de ir descansar e o
Moleiro está adoentado :( A “praia” e o descanso fizeram-lhe mal :) Felizmente,
eu trouxe ben-u-ron e ibuprofeno para as maleitas da cabeça e musculares :)