Dia 01 [Ponte da Barca - Porto - Munique - Passau]

1.º dia [07-08-2012]
[Ponte da Barca – Porto – Munique – Passau]
 

Ponte da Barca –> Porto

Saída de Ponte da Barca sempre com a dúvida se a carrinha chegaria ao aeroporto mas, finalmente, estava a aliviar um pouco o stress que se tinha apoderado de mim nestes últimos dias de preparação da viagem. Despachamos as bicicletas, estando tudo ok com os pesos e dimensões das caixas. Depois, despachamo-nos a nós :), colocando tudo o que tinha nos bolsos dentro de cestinho, juntamente com a bagagem de mão (um dos alforges da bicicleta). Lá fui aprovado pela máquina do pipipi, ao contrário do Moleiro que, entretanto, estava de braços no ar a ser “scaneado” de cima a baixo, a tirar as sapatilhas … e eu a rir das figurinhas :). Restava aguardar a chamada para o voo e aproveitei para ir verter as últimas águas ao WC que, ao contrário dos WCs públicos “normais”, não cheirava a mijo mas a fritos (eu diria, a McDonald's!). Espero nunca ter de comer nada nesta área do aeroporto … fiquei com sensação que as coisas são cozinhadas na casa de banho :) 


Porto –> Munique

Já sentadinhos no avião a ver vídeo de como proceder em situações de emergência, surgiu o primeiro grande momento de descompressão (finalmente, estávamos a caminho das nossas esperadas férias!) materializado num ataque de riso aquando da informação que no WC também existiam máscaras de oxigénio (as tais que caem de cima!). Comecei a imaginar-me a ir à casa de banho largar uns gases que me estavam a incomodar e o desgraçado que fosse lá a seguir a ativar, desesperado, as tais máscaras lol … umas boas risadas que, tal como disse, ajudaram a libertar o resto do stress e a entrar, definitivamente, em “modo férias”.
Chegou a hora de nos servirem a refeição e lembrei-me que, como sempre, esquecemos de pedir uma refeição vegetariana para o Moleiro. Ficou com o arroz, ao qual juntou a minha salada … e eu comi a jardineira dele. O cafezinho, quente como o inferno, acabou por agitar os tais gases que, delicadamente, libertei no WC … e acho que ninguém chegou a ativar as máscaras lol. Aterramos, fomos para a secção de recolha de bagagens e ficamos à espera das caixas das bicicletas que foram trazidas por um funcionário do aeroporto num carrinho de carga … o que não quer dizer que não tenham andado aos trambolhões :)


Munique –> Passau

Saímos do aeroporto e tratamos de desempacotar as bicicletas e prepara-las para a aventura (apertar os guiadores, por os pedais, por as rodas e dar-lhes ar … e já está!). Depois, foi distribuir a bagagem pelos dois alforges (um vinha vazio dentro da caixa da bicicleta), deixar o cartão das caixas embrulhado junto ao lixo (para reciclagem!) e tentar saber nas informações como poderíamos apanhar o comboio para Passau. A senhora, por gestos, lá me indicou o caminho a seguir … tínhamos que andar uns bons metros, passando por baixo do aeroporto, até à gare dos comboios.

Aí, compramos os bilhetes (para nós e para as bicicletas) do aeroporto para a cidade e da cidade para Passau por 36€!!! Na Internet  tinha ficado com a ideia que custariam cerca de 60€ mais o valor para as bicicletas! Fizemos o trajeto até à cidade, saindo na estação certa (Hauptbahnhof – Estação Central) e dirigimo-nos para a pista onde saía o comboio para Passau. Eram cerca das 19H30 e o comboio estava cheio (que calorzinho!!!) de gente que, provavelmente, largava do trabalho e ia saindo nas paragens que fazíamos. Tivemos que ficar na zona de entrada/saída e fazer umas manobras sempre que alguém saía numa paragem :)

Chegados a Passau, saímos da estação e fomos logo abordados por uma local (acho eu) a dizer-nos qualquer coisa que eu não percebia … mas demorei mais uns segundos a perceber que era algo do tipo “estou toda f*****, não me arranjas uns trocos”. Que bela receção!!! Ainda na estação, encontramos um guia de viagem, gratuito, escrito em inglês, para o trajeto que queríamos fazer de Passau até Viena/Bratislava. Fixe!!!

Era hora de tentar a nossa sorte no “hostel” (tinha consultado na net) que existia perto dali, junto ao rio, o Rotel Inn, e que era próprio para os aventureiros que faziam a descida/subida do Danúbio. Um edifício com a forma de uma pessoa deitada e cujos quartos/divisões tinham a dimensão de 1,5mx4m … um caixote para dormir :), mas com WCs e local para guardar as bicicletas. Por 25€, estava bem bom (o pequeno almoço, para quem quisesse, eram +6€). Os quartos parecem pequenos, mas não são, e o único “inconveniente” é ser apenas uma cama de casal para as duas pessoas.
Banhinho tomado e foi tempo de uma brincadeira com as etiquetas da agência Tapete Voador :) Saímos para comer qualquer coisa, tarefa quase impossível, devido a não haver muitos locais abertos e estar tudo em alemão :) O que vimos foi muitos jovens (muitas mulheres) a passear pelas ruas com garrafas nas mãos (e não era cerveja, parecia-me bebida da forte).
Acabamos numa estação de serviço, onde compramos umas sandes e umas cervejinhas de 0,5L e fomos comer para um jardim em frente ao McDonald's , onde já outros estavam com as suas garrafas das tais bebidas. De registar que todas as pessoas que víamos nas ruas (mesmo os que andavam com as garrafas!) falavam baixinho e não havia “feira” com todos aos gritos. Impecável! Acabamos por regressar à estação de serviço para beber um cafezinho e depois demos uma voltinha por algumas ruas antes de irmos dormir. Não dormi grande coisa, talvez devido à agitação do dia, que já ia longo, e a um daqueles barcos enormes que passou no rio e me despertou na hora em que estava mesmo a pegar no sono :(